segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

À Rainha da Borborema...


Se cada matuto escolhesse sua sina,
Seria tropeiro da Borborema,
Seria “paraibano da gema”,
E se fosse cidade, seria Campina;
Seria a chuva vespertina,
Que purifica o clima serrano,
Seria filho de seu fulano,
Seria xote, xaxado e baião,
Se fosse festa, seria São João,
E duraria metade do ano.

Na outra metade, seria Carnaval,
Seria brega e moda sertaneja,
Seria samba, mulher e cerveja,
Só “tcha tcha tcha” e “coisa e tal”;
Se fosse encontro, seria informal,
Na noite de sexta-feira,
Se fosse vinho, seria madeira,
E da ressaca, seria a cura:
- Um pedaço esfarelado de rapadura,
E um “quintim” de cana brejeira;

E se fosse “bebo”, seria o gaiato,
Contaria sempre a mesma história,
Narraria toda vez o gol da vitória,
Sendo torcedor, seria o chato;
Da religião “Treze”, seria beato;
Pra todo ano ser campeão,
Dos times pequenos, seria o papão,
E do Botafogo, seria o carrasco,
Se fosse raposa, seria churrasco,
Acostumada com humilhação;

E se assim fosse, seria atrevido,
Seria poeta e seria goleiro,
Seria cientista e também violeiro,
Seria mocinho e seria bandido;
Se fosse instinto, seria libido,
Se fosse momento, seria apogeu,
Seria um pouco de tudo que foi seu,
Seria também sua própria doutrina,
Pois se esse matuto escolhesse sua sina,
Certamente ele seria eu.


*Créditos p/ Igor 'Mago' Barbosa*



Perfeita essa...


=*


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