"No meio, a gente descobre
que precisa guardar a senha não apenas do banco e da caixa postal, mas a senha
que nos revela a nós mesmos. Que passar pela vida à toa é um desperdício
imperdoável. Que as mesmas coisas que nos exibem também nos escondem (escrever,
por exemplo).
Que tocar na dor do outro exige
delicadeza. Que ser feliz pode ser uma decisão, não apenas uma contingência.
Que não é preciso se estressar tanto em busca do orgasmo, há outras coisas que
também levam ao clímax: um poema, um gol, um show, um beijo.
No meio, a gente descobre que
fazer a coisa certa é sempre um ato revolucionário. Que é mais produtivo agir
do que reagir. Que a vida não oferece opção: ou você segue, ou você segue. Que
a pior maneira de avaliar a si mesmo é se comparando com os demais. Que a
verdadeira paz é aquela que nasce da verdade. E que harmonizar o que pensamos,
sentimos e fazemos é um desafio que leva uma vida toda, esse meio todo."
(Martha Medeiros)
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