sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

De sobremesas à cotidianos


Interessante foi perceber que aquela sobremesa de maracujá provada depois do almoço tinha exatamente o mesmo gosto do meu cotidiano atual: gelado, indefinido, meio amargo e claro, causador daquela sonolência básica...

Não que eu não goste de maracujá... No entanto, aquele gosto enjoativo depois do almoço combinou completamente com o dia. Foi associação instantânea, dessas que a gente não gosta de ter.

Às vezes é assim mesmo. Uma coisa que a gente espera – repleta de convicção – que venha boa, aparece desse jeito, sem gosto, sem graça. De sobremesas a cotidianos.
E tem gente aí que lida bem com a teoria dos altos e baixos. Tem gente que, quando a coisa vai mal, respira fundo e espera pacientemente que o primeiro raio de sol volte a despontar na janela. Eu não. Eu tenho essa coisa horrível da insatisfação. Se a situação – seja lá qual for - estiver indigesta, não vou sossegar até que possa mover mundos e fundos por alguma mudança. Ou seja: eu até engulo sapo, mas não sem antes picá-lo bem picadinho e temperá-lo com o MEU veneno.

Simplesmente porque não consigo brincar de conformista. Mas...quem me dera se tudo se resolvesse assim! Porque por mais que sobrem intenções de mudança, nem sempre é das minhas mãos que elas dependem. Nem sempre o controle da minha vida é todo meu. E é aí que eu viro tempestuosa, dramática, negativa. Insuportavelmente frustrada por não conseguir ser a minha própria heroína. Na montanha-russa da vida, quem não suporta o meio-termo acaba sempre meio-feliz.


Apesar das “caras quebradas” por tanto imediatismo, eu ainda acredito no time dos inconformados. Eles sentem calor e inventam o ar-condicionado. Eles sentem preguiça e inventam a escada-rolante. Eles brigam com a própria rotina, e simplesmente mudam.
É arriscado, é estúpido, é difícil. Mas com um pouquinho de sorte, pode ser brilhante.
A vida anda amarga e eu, inconformada...Pra mim, até maracujá só se come doce. E eu ñ vou me costumar...

(*adaptado)


=*



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