domingo, 16 de agosto de 2009

O último dia...

O que você faria se só lhe restasse apenas um dia? Se por um motivo qualquer você descobrisse que está prestes a morrer e que às 24 horas seguintes são as últimas da sua vida?
Nessa hora a mente é povoada de lembranças dos sonhos que não realizou e de todas as coisas que gostaria de ter feito. Mas espere, pare um momento! Pense na resposta e verá que tenho razão.

Você começa a desenterrar aqueles desejos mais íntimos que passaram anos escondidos no fundo da alma. Lembra-se das pessoas que já passaram na sua vida e que certamente significaram algo para serem lembradas durante as suas últimas 24 horas. Alguns responderiam prontamente que no último dia fariam aquela viagem tão sonhada para conhecer aquele maravilhoso lugar tão distante. No entanto, não daria tempo.

Outros poderiam responder que gostariam de rever aquela pessoa especial. No entanto, não daria tempo.

Ainda assim, as pessoas insistiriam em querer realizar sonhos e desejos que certamente não são compatíveis com a disponibilidade de tempo discutida na indagação acima.
Então eu lhes pergunto, não seria mais agradável passar os últimos momentos com aqueles que amamos e que estão sempre ao nosso lado? O gesto de delicadeza que muitas vezes não é lembrado, o bom-dia não dito, o sorriso não ofertado. Aqueles que estão ao nosso lado diariamente provavelmente iriam gostar de partilhar conosco o derradeiro dia de toda uma existência.
Mas ainda sim você se questiona se não seria melhor tentar viajar para aquele paraíso tropical, tão lindo, tão sonhado, tão distante. Pode ser que dê tempo de encontrar aquela pessoa querida, realizar aquele projeto, aquele desejo...

Todos nós temos os mais diversos anseios, sonhos que fervilham nossas noites de insônia e que nos enchem de ansiedade nos momentos de frustração diante da impotência de realizá-los. Sofremos tanto com a aparente dificuldade em sermos felizes, pois acreditamos que a felicidade está no desejo mais distante e menos palpável. Por isso, acredito que o desejo ideal para o último dia deva ser uma vontade imediatista, corriqueira, simples. Do tipo que nos enche de satisfação com uma facilidade prazerosa, como saciar a fome com a nossa comida preferida quando estamos famintos.

Relaxe e respire fundo, pois isso é apenas uma pergunta hipotética. Afinal de contas, seria muita sorte sua ter consciência de que aquele dia é o último. Entretanto, sabemos que ele existe e fatalmente chegará. E é diante dessa certeza única e incontestável que eu lhe peço: Não deixe para depois. Não deixe para depois o perdão a ser pedido, não deixe para depois o beijo tão ensaiado, não deixe para depois o bom-dia, simplesmente não deixe para depois. Faça um grande favor a si mesmo em não permitir-se ficar para depois, pois um dia você vai se dar conta de que não há mais tempo.

Procure viver todos os dias como se fosse o último para que o último seja apenas mais um.

(Lorena de Macedo)


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