quinta-feira, 4 de junho de 2009

Eterna procura...


Às vezes a gente se encontra, se perde e desiste. Fácil é desistir. E no meio da partida a gente não sabe pra que veio. A gente não se reconhece. Sinto saudades de mim, e de tanto pensar assim já nem sei mais quem sou. Às vezes as noites podem mais do que parecem. E esqueço de olhar a Lua o tempo todo. Procuro arrepios em brisas frescas. Mas meu nariz escorre, meus olhos escorrem, meu peito escorre. Viro água corredeira. Correndo de mim atrás de mim mesma. Sinto falta de cheiro de terra molhada e de chuva fresca. Meus aromas fiz partir, ficaram as canções. À noite sonho com chitas floridas e fitas de cor pra sonhar com prazeres. Meus dedos sem tinta. Sem tinta aquarela. Sem tinta nanquim. Preto sangue água-forte. As palavras me fogem como me fogem as notas musicais. Como fogem meu olhar e meus lábios. Fogem distantes comigo, em uma mala cheiro-de-mofo. Sinto fome eterna. Sinto fome de presente. Do meu presente sempre ausente. Meu lençol é feito de cetim. Sinto falta do algodão que cobre teu corpo. Sinto falta do que não tive.

Quando me perguntou o que me faltava me achou arrogante por não me faltar nada.

O que pensaria hoje de mim se eu desejasse tudo?

Sinto falta de quando o pouco importava e a solidão não era dor. Sinto saudades de mim...

*créditos p/ Sabryna*


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