sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Os Gigantes


Por vezes, deparamo-nos com pessoas grandes (muito grandes!), as quais denomino gigantes. Todos conhecemos um, ou vários, mas alguns não os percebem. Porque, na verdade, eles são discretos e bondosos, embora lendariamente não o sejam. Quando os reconhecem, alguns temem sua grandeza, afinal, sentem-se pequeninos e insignificantes. Mas os gigantes sequer sabem que o são, e nós, meros mortais, sempre sabemos.

Esses dias reconheci um. Pois, às vezes, não os conhecemos, mas os descobrimos. O meu estava ao meu lado. Eles costumam esconder sua grandeza bem escondidinha, são humildes. Mas quando nós, os pequeninos, precisamos de um empurrãozinho horizontal, desvendamos seu segredo.

Os gigantes têm inteligência e coração proporcionais à grandeza. Os enormes problemas lhes parecem medíocres. As pessoas baixas lhes parecem ainda menores. De fato, sequer lhes percebem, pois sua superioridade os impede. Casualmente, tropeçam no caminho, pois não enxergam pedras por onde andam. Mas não caem. Continuam sua marcha.

Não sabia o que sentir diante de meu Golias quando o vi. Sabia-se frágil, e por isso se fazia forte. Admirei sua grandeza, e quedei-me sob a dúbia situação de me sentir a mais sortuda criatura, ou a mais ínfima. Decidi-me pela primeira, pois, olhando para cima, é mais fácil crescer.

(Luana Duarte Fuentefria)


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