segunda-feira, 18 de maio de 2009

é... irreversível!


Meu grito é inaudível, por certo. Continuo a correr sôfrega, contra a maré imensa e alta dos desencantos. Vejo passar a fúria e o silêncio… Eu tenho a obrigação de ser colorida. A vida, cinza. É, eu sei, de quando em quando invertemos os papéis e a vida fica tão azul e aqui dentro tão amargo. Não me agrada este devezenquandário de acasos, me dóem as repetições mas eu sei - é, eu sei que lá no fundo os sentimentos não mudam, nós é que mudamos. Eu sou mulher, viva. E por dentro sou mais viva ainda, porque a vida pulsa desenfreadamente em mim. Quero, sim, tirar dela até a última gota mesmo desencantada. Eu esqueço o tic-tac dos relógios e das incansáveis brigas com o tempo. Disseram-me uma vez que o tempo é interno, mas o tempo aqui -dentro de mim- é tão vago que quase inexiste. Queria dizer p’ra mim mesma que tudo passa, tudo passa… Um mantra p’ra esquecer as angústias e dormir em paz. Em pensar que tudo tende a ser subtração…Que cada barulho do pêndulo do relógio é um instante a menos de vida irrecuperável. Viver é irreversível.

*Créditos p/ Lizzie Pohlmann*



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