quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Quase primavera

É quase setembro, as rosas começam a reinar. Plantei um pé de vento no peito, quando a noite sopra o vento sai. Tem uma felicidade embutida em meu corpo que voa. Solto as mãos do corrimão e jogo os cabelos para trás.
A certeza que o mundo gira devagar me abrange, o movimento do vento me impulsiona, as peças desse quebra-cabeça se modificam. Sou a peça chave do meu jogo. Das minhas certezas, sou contraditória, dos meus erros, sou verdade, das minhas doçuras, sou vaidade, dos meus medos sou metade. E de você sou inteira.
Minha memória se perde pelos degraus dessa enorme escada de pensamentos involuntários, decifro com pressa todos os espaços vazios que você deixou.
Essas nossas conversas, essas risadas empoeiradas ficaram presas num Outono/Inverno de qualquer estação ultrapassada. Ainda escuto ecos de um amor escondido pelos cantos.
Carreguei tua imagem violada em meus prantos noturnos. E me parece doce esse teu cheiro de baunilha, salta de dentro dos teus poros aveludados, me tens nas mãos e me tocas fundo.
Essa ávida espera por ter seus braços novamente em volta de minha cintura, faz uma reviravolta em cada pedaço do que fomos um dia. Sei que és aquele que me torna a mais feliz das criaturas, e que por ti, falo aos céus e declamo promessas ao sol.
Tranquei nossos códigos secretos. Emprestei um riso da primavera que virá, devolvo quando tú voltar.

(Ju Fuzetto)



=*

Um comentário:

  1. Minha memória se perde pelos degraus dessa enorme escada de pensamentos involuntários, decifro com pressa todos os espaços vazios que você deixou.


    isso resume tudo

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