quinta-feira, 8 de julho de 2010

Àquele amor!



"Não um amor de mesa posta, talheres de prata, toalha de renda, não um amor de terça-feira, água morna, gaveta arrumada.
Apaixone-se por mim no meio de uma tarde de chuva, rua alagada, rosas na mão, um amor faminto, urgente, latejante, um amor de carne, sangue e vazantes, um amor inadiável de perder o rumo, o prumo e o norte, me ame um amor de morte.
Não me dê um amor adestrado que senta, deita, rola e finge de morto, que late, lambe e dorme. Apaixone-se felino,

sorrateiramente, e assim que eu me distrair, me crave os dentes, as
unhas, role comigo e perca-se em mim e seja tão grande a ponto de me

deixar perder.

Ame minhas curvas, minha carne,se espalhe por meus versos, meus reversos, meus entalhes.
Deixe eu me sentir amada, desejada, glorificada em corpo e espírito
(...) me ensines, me fales, me cales..."


(Patricia Antoniete)


=*

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